O Rio Poty, um dos maiores patrimônios naturais de Teresina, vem sofrendo com a poluição, a falta de ações efetivas de órgãos públicos e a proliferação acelerada de aguapés (Eichhornia crassipes), que afetam a navegação, a pesca e a saúde do ecossistema.
O coletivo “Guardiões do Rio Poti” busca, desde maio de 2024, através da campanha ‘S.O.S RIO POTY’, conscientizar e envolver a comunidade no combate aos problemas ambientais. Em ações de limpeza coletiva, os pescadores removem, além de lixo e impurezas, os aguapés, com o intuito de impedir o crescimento exponencial.
No entanto, a responsabilidade não pode cair apenas sobre a comunidade. “É responsabilidade da Prefeitura e da Águas de Teresina. A gente que vive aqui sente na pele”, afirma o pescador e um dos líderes do coletivo, conhecido como “Seu Quarenta”, que acompanha de perto a degradação do rio. Segundo ele, a pesca tem diminuído, o sustento está ameaçado e a presença de aguapés cresce de forma descontrolada.
A AMEAÇA SILENCIOSA DOS AGUAPÉS
O aguapé (Eichhornia crassipes) é uma planta aquática flutuante, conhecida por sua alta capacidade de reprodução. Em condições normais, faz parte do ecossistema, ajudando na filtragem da água e servindo de abrigo para pequenos organismos. Porém, em ambientes poluídos e ricos em matéria orgânica, como acontece com o Rio Poty, a proliferação se torna descontrolada.
Essas plantas formam extensos tapetes verdes sobre a superfície, impedindo a passagem de embarcações, dificultando a pesca e bloqueando a luz solar, o que prejudica a fotossíntese das plantas submersas e reduz o oxigênio dissolvido na água. Isso leva à morte de peixes e outras espécies aquáticas.
Segundo Seu Quarenta, a má qualidade da água é o combustível para o crescimento acelerado da planta.
“Se a água tivesse boa qualidade, ela não teria essa capacidade de multiplicação tão rápida. O problema maior não é o aguapé em si, mas a poluição que serve como alimento para ele. Em questão de uma ou duas semanas, ele já se espalha por todo o rio”, relata.
Nota da Águas de Teresina:
Desde 2017, a Águas de Teresina universalizou o acesso à água tratada na zona urbana da capital e já alcançou 59% de cobertura com rede de esgotamento sanitário. Essa infraestrutura está disponível e pronta para receber novas conexões.
A empresa reforça que a adesão da população é essencial para um meio ambiente equilibrado. A ligação dos imóveis à rede de esgoto não é apenas um passo técnico, é um ato coletivo de responsabilidade ambiental e cidadania. Cada nova conexão ajuda a reduzir o despejo irregular de esgoto na natureza, contribuindo diretamente para a preservação dos rios Poty e Parnaíba, e combatendo a proliferação de aguapés, que prejudicam a qualidade da água, a fauna aquática e a paisagem urbana.
O saneamento básico é uma das ferramentas mais eficazes de equilíbrio ambiental e saúde pública, e Teresina já está avançando nesse caminho. A meta da Águas de Teresina é universalizar o esgotamento sanitário até 2033, beneficiando ainda mais famílias e promovendo uma cidade mais sustentável.
Em caso de dúvidas, solicitações ou orientações sobre como se conectar à rede, a Águas de Teresina oferece atendimento 24 horas por dia, pelo número 0800 223 2000, tanto por ligação quanto por WhatsApp.
