O aniversário de 173 anos de Teresina foi celebrado, neste sábado (16), com um presente simbólico para a cidade: a reinauguração do Museu da Imagem e do Som (MIS), na Rua Climatizada, centro da capital. O espaço, que por anos esteve à margem da vida cultural da cidade, voltou a abrir as portas como centro de preservação, exibição e formação artística, sob a condução do coletivo do MIS, o Núcleo Criativo Chagas Júnior e da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves (FMC).

A noite foi marcada por uma programação diversa: masterclass de direção de arte com Veronica Coelho, abertura de exposições sobre o cinema teresinense e a obra de Torquato Neto, oficina de fotografia analógica, projeções do Cinema Marginal Piauiense, cineclube e atrações musicais na área externa.
Entre os destaques, a exibição dos curtas “Boi Romeiro” de Milena Rocha, um documentário musical que destaca a memória, o luto, o sagrado e o devoto do Bumba Meu Boi no Piauí, e “Boi de Salto”, de Tássia Araújo, que reinventou o mito do Bumba Meu Boi com uma linguagem contemporânea.
“Foi uma celebração de estreia muito simbólica, num espaço que estava precisando ser reaberto. O público recebeu bem, se identificou, e isso representa uma valorização do cinema piauiense, que muitas vezes não encontra o devido reconhecimento”, destacou a cineasta Tássia.

Weslley Oliveira, cineasta e membro do Núcleo Criativo Chagas Júnior, descreveu a reinauguração como fruto de mobilização coletiva:
“É um serviço totalmente voluntário. Dividimos grupos de trabalho, cuidamos de diferentes partes do museu e mostramos hoje que o espaço tem muito potencial. A sensação é de dever cumprido, mas o desafio agora é manter uma programação contínua para que o museu não volte ao abandono de antes.”
O sentimento de pertencimento também se refletiu no público. Para a jovem teresinense Misha, 28 anos, estar presente foi um ato simbólico:
”Achei a data representativa, ainda mais no aniversário de Teresina. Esse prédio já foi Câmara Municipal e depois passou anos sem vida. Hoje, ver ele ocupado com arte e memória é muito significativo.”

O sucesso da reinauguração do MIS evidencia como a cidade carecia de um espaço à altura de sua produção cultural. A ausência histórica de investimentos é compensada, ainda que parcialmente, pela força da mobilização coletiva, que transformou o aniversário de Teresina em um marco de retomada.
O MIS funcionará, por enquanto, nos horários da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves: segunda a sexta, das 8h às 15h. A programação especial de finais de semana será divulgada no Instagram oficial do MIS (@mis_teresina) e do Núcleo Criativo Chagas Júnior (@nucleocriativochagasjr) conforme as atividades forem confirmadas.